Desde seus tempos de estudante, Jung era interessado na esquizofrenia (então conhecida como de mentia praecox).


"Jung não tentou reduzir as pessoas a oito tipos somente. Ele quis mostrar as diferenças individuais, ajudando as pessoas a se conhecerem melhor" Em 1920, Jung escreveu seu livro Tipos Psicológicos. Nele ele conta como os seres humanos são diferentes uns dos outros. Comparando a psicologia de Freud e Adler constatou que as diferentes maneiras de cada um encarar a vida emocional provinha de seu tipo psicológico.
Freud explicava os casos através da sexualidade e Adler através da força do poder. Na prática, o poder o em todos os sentidos, tudo o que fazemos ou sentimos é para ter poder. Ele achava que a dificuldade de suas teorias era que ambos aplicavam o mesmo princípio a todos os casos, sem notar as diferenças particulares.
No livro ele fez uma critica ao seu próprio tipo psicológico e dizia a seus discípulos: “Mesmo que 90% sejam culpa do outro e só 10 % sejam culpa nossa, se examinarmos somente os 90%, não poderemos fazer nada, mas se examinarmos os nossos 10% poderemos aprender coisas muito valiosas a respeito de nós mesmos”.

Jung nunca exigia de ninguém o que não tivesse exigido de si próprio.

Ele observou:

“É o tipo psicológico da pessoa que desde o principio determina e limita o seu julgamento. Meu livro foi um esforço para tratar do relacionamento de um indivíduo com o mundo, as pessoas e as coisas”

Durante muitos anos tratando casais, tinha que explicar os pontos de vista de cada um para o outro. E assim foi elaborando sua teoria dos Tipos Psicológicos.

Os tipos são grupos de pessoas com padrões de comportamento e reações semelhantes. São dois tipos principais:

O extrovertido
Esse está dirigido para o mundo externo, para fora. O extrovertido tem mais facilidade para se adaptar ao ambiente e é confiante com o mundo real, se sente bem em grupos e gosta de novidades, ideias, festas... Para ele a opinião dos outros é mais importante do que a sua e quer agradar.
O introvertido
O introvertido tem um mundo interno mais rico. Prefere ficar só, com seus pensamentos. Numa reunião quanto mais gente, mais se sente só, mas com uma ou duas pessoas se sente bem e expressa suas ideias, mas não faz muito esforço para agradar ou concordar. Parece calmo e tranquilo.

Além dos tipos, ele distinguiu quatro funções básicas: duas racionais e duas irracionais.

O tipo pensamento, o tipo sentimento, o tipo sensação e o tipo intuição. Todos esses tipos podem ser introvertidos e extrovertidos.
As funções racionais são o pensamento e o sentimento. E a intuição e a sensação são irracionais.

Abaixo a tabela com os oitos tipos psicológicos

8 tipos psicológicos
Tipo pensamento extrovertido Pensamento introvertido
Sentimento extrovertido Sentimento introvertido
Sensação extrovertido Sensação introvertido
Intuição extrovertido Intuição introvertido
O tipo pensamento se preocupa com o sentido das coisas e não compreende bem o tipo sentimento que se preocupa com valores. Um tipo pensamento extrovertido, por exemplo, poderia ter sucesso como cientista, gosta de solucionar problemas.

Um tipo pensamento introvertido gosta de ficar só e pensar, e não expressa suas ideias.

O tipo sentimento tem como base o sentimento bom ou ruim, se gosta ou não de determinada ideia ou pessoa.

O tipo intuição percebe por sinais, pelo inconsciente e age ao contrário do tipo sensação que tudo vê e percebe.

Todos temos uma função principal que é o modo como agimos na vida. É a nossa função superior. Está no nosso consciente.

A função oposta mostra aquilo que não gostamos de fazer, não temos jeito e sempre queremos que alguém faça para nós. É nossa função inferior, está no inconsciente.

Por exemplo, o tipo pensamento extrovertido, tem como oposto o tipo sentimento introvertido, e os tipos sensação e intuição também são opostos. Quando um casal ou irmãos tem funções opostas, podem se desentender, e tudo ser motivo de briga, já que cada um vê o mundo de maneira oposta.

Se alguém tem a função intuição muito desenvolvida, é comum que a função sensação seja mais fraca - percebe o concreto e o palpável. Então essa pessoa poderá ter muita dificuldade em lidar com as coisas concretas, não entende muito a realidade, está mais ligada nas suas intuições, descobre aquilo que não é visível, mas que ela tem a certeza que existe.

Conhecer o tipo psicológico de uma criança e respeitar suas habilidades, vai ajuda-lá a seguir sua natureza interna, colaborando para que desenvolva plenamente e evitando que se torne insatisfeita ou neurótica mais tarde.

Jung não tentou reduzir as pessoas a oito tipos somente. Ele quis mostrar as diferenças individuais, ajudando as pessoas a se conhecerem melhor.

Uma escala humana de modo que possam ser integrados. Eis por que o “embotamento” aparece como uma forma inconsciente de autocontrole. Trabalhar com pacientes esquizofrênicos ou
Gravemente perturbados requer de o analista fazer uso considerável de sua contratransferência (ver ANALISTA
E PACIENTE Desde seus tempos de estudante, Jung era interessado na esquizofrenia (então conhecida como de mentia praecox). À medida que desenvolvia seu conceito do inconsciente coletivo e a teoria dos arquétipos, foi-se convencendo de que a psicose em geral e a esquizofrenia em particular poderiam ser explicadas como (a) uma dominação do EGO pelos conteúdos do inconsciente coletivo e (b) a dominação da personalidade por um COMPLEXO ou complexo dissociado (ver ARQUÉTIPOINCONSCIENTE).
A implicação básica disso era que uma forma de expressão e comportamento esquizofrênicos poderia ser significativa, desde que fosse possível descobrir aquilo que significavam. Foi onde a técnica da ASSOCIAÇÃO foi usada pela primeira vez e, posteriormente, a AMPLIFICAÇÃO como um método de ver o material clínico num contexto de motivos culturais e religiosos. Isso levou, firme e decisivamente, ao rompimento com Freud, que ocorreu com a publicação de Symbols of. Transformation (Símbolos da Transformação), uma análise mediante associação e amplificação do prelúdio de um caso de esquizofrenia (CW 5).
Mas, e quanto à origem da esquizofrenia? A evolução do pensamento de Jung revela sua incerteza. Ele está seguro de que a esquizofrenia é um distúrbio psicossomático, de que mudanças na química do corpo e distorções da personalidade estão de alguma forma interligada. A questão era saber quais destas deveriam ser consideradas primárias.
O chefe de Jung, Bleuler, pensava que algum tipo de toxina ou veneno era desenvolvido pelo corpo, que então acarretava um distúrbio psicológico (ver PSICANÁLISE). A contribuição básica de Jung foi reavaliar a importância da PSIQUE o suficiente para inverter os elementos: a atividade psicológica pode levar a mudanças somáticas (CW 3, parág. 318). Porém, Jung tentou combinar suas idéias com as de Bleuler, mediante o uso de uma engenhosa fórmula. Conquanto a misteriosa toxina pudesse existir perfeitamente em todos nós, somente teria seu efeito devastador se circunstâncias psicológicas fossem favoráveis para isso. Alternativamente, uma pessoa poderia ser geneticamente predisposta a desenvolver a toxina e este fator estaria ligado inevitavelmente a um ou mais complexos.
Afirmar que a esquizofrenia poderia ser qualquer coisa diferente de uma anormalidade neurológica inata era, em seu tempo, revolucionário. Postular uma causa psicogênica em uma estrutura psicossomática geral (posição final de Jung, CW 3, parág. 553 e segs.) possibilitou-lhe propor tratamento psicológico (PSICOTERAPIA) como apropriado. A decodificação da comunicação esquizofrênica e tratamento em um milieu terapêutico formam linhas centrais na abordagem existencial-analítica desenvolvida por Binswanger (1945), Laing (1967) e, até certo ponto, são detectáveis nas tendências psiquiátricas contemporâneas.
Uma abordagem contemporânea e controvertida da esquizofrenia é a idéia de que a esquizofrenia não é realmente uma doença, mas, antes, uma medida daquilo que nossa sociedade considera normal e tolerável. Daí como sugere psiquiatras que se opõem à psiquiatria convencional, não é nada mais que uma classificação psiquiátrica: o mapa não é o território (cf. Szasz, 1962). O pensamento de Jung não vai tão longe assim, porém ele sublinhava que a “psicose latente” era muito mais prevalente do que em geral se admite e que o “normal” jamais é um termo suficientemente descritivo de um indivíduo (ver ADAPTAÇÃO). Uma nova discriminação, também sintonia com a opinião contemporânea, é que uma aparente falência nervosa de fato poderia ser uma forma de falência das defesas, um prelúdio iniciatório necessário para um novo desenvolvimento (ver AUTO-REGULAÇÃO; INICIAÇÃOPATOLOGIARENASCIMENTO).
A experiência clínica de Jung com a esquizofrenia parece ter sido, principalmente, com sua forma “produtiva” (delírios, graves perturbações de pensamento, idéias de referência, etc.). Ele não escreve muita coisa sobre o característico “embotamento afetivo” esquizofrênico, tão marcante, hoje, em hospitais psiquiátricos. Sabe-se que as doenças mentais mudam de características de acordo com as transformações culturais – é uma razão por que sua existência é contestada. Por exemplo, o predomínio de paralisias histéricas na Alemanha e na Áustria durante os anos de 1890 podia ter algo a ver com a introdução de esquemas de seguro para acidentes ferroviários naquela época.
Uma fuga esquizofrênica pode ser considerada uma reação à ausência de significado e alienação da sociedade industrial moderna e, em particular, à experiência de uma extrema privação psicológica conseqüente à pobreza. Em circunstâncias socialmente empobrecidas, o esforço exigido para se manter vigilância sobre o inconsciente, por assim dizer, significa que qualquer espécie de emoção é reprimida ou dissociada da personalidade. O elemento de depressão em tal “psicose situacional aguda” também é algo não explorado por Jung. Aqui, precisamos lê-lo como um homem de seu tempo (ver COLETIVOCULTURA; SOCIEDADE).
Diversos psicólogos analíticos (por exemplo, Perry, 1962; Redfearn, 1978) aplicaram referencial teórico desenvolvimentista à esquizofrenia. (Os conteúdos da mente esquizofrênica permanecem arquetípicos em virtude da falha da mãe em ser mediadora deles para seu bebê – isto é, em reduzi-lo de algum modo a).